Os modos de produção sustentáveis têm como principal objetivo satisfazer as necessidades humanas, sem comprometer as fontes naturais de recursos que sustentam a vida na Terra. De forma transversal, assentam em sistemas de gestão sustentável das explorações agrícolas e visam a produção de alimentos de qualidade combinando as melhores práticas ambientais, mantendo um elevado nível de biodiversidade, preservando os recursos naturais, adotando a aplicação de normas exigentes em matéria de bem-estar-animal e métodos de produção e contribuindo assim para uma agricultura sustentável.
O Modo de Produção Biológica é um modo de produção sustentável que assenta num sistema global de gestão das explorações agrícolas e de produção de géneros alimentícios que combina as melhores práticas ambientais, um elevado nível de biodiversidade, a preservação dos recursos naturais, a aplicação de normas exigentes em matéria de bem-estar dos animais e método de produção em sintonia com a preferência de certos consumidores por produtos obtidos utilizando substâncias e processos naturais. O controlo de pragas e doenças das culturas neste Modo Produtivo, é realizada pela aplicação de meios de proteção preventivos, nomeadamente os culturais, biológicos e biotécnicos. O uso de produtos fitofarmacêuticos é fortemente restringido neste modo de produção. O modo de produção biológica é regulamentado através de um sistema de controlo e de certificação em Produção Biológica.
Logotipo EU Produção Biológico
Legislação associada:
- Regulamento (CE) nº 834/2007 do Conselho, de 28 de junho e demais legislação complementar. Através deste suporte legislativo são autorizadas determinadas substâncias ativas, referenciadas na legislação, para uso neste modo de produção.
- Anexo II do Regulamento (CE) n.º 889/2008 de 05 de setembro e respetiva atualização
- Regulamento de Execução (UE) n.º 354/2014
- Regulamento (CE) n.º 1107/2009, de 21 de outubro).
A Produção Integrada é um modo de produção sustentável, que consiste num sistema agrícola de produção de alimentos compatível com a gestão racional dos recursos naturais. Neste sistema produtivo, os agricultores obrigam-se a articular a proteção integrada com a aplicação correta de outras práticas, em especial de fertilizações, regas e podas. Assim, este modo produtivo utiliza, de forma ponderada, produtos fitofarmacêuticos e outras formas de intervenção em níveis económica e ecologicamente justificáveis. A produção integrada é regulamentada através de um sistema de controlo e de certificação em Produção Integrada.
A agricultura Biodinâmica valoriza a importância da relação entre a terra e as forças da natureza, terrenas e cósmicas. As explorações agrícolas são encaradas como organismos, em que uma parte depende da outra, sendo necessário aplicar uma gestão holística que visa alcançar a integridade da exploração. A reciclagem e reutilização dos recursos da exploração tornam-se especialmente relevantes, motivo pelo qual geralmente a produção vegetal e animal estão associadas. A agricultura biodinâmica promove o uso de preparações (à base de plantas, minerais e excrementos) e da coordenação de certas atividades de acordo com a disposição dos astros (principalmente sol e lua) para melhorar a saúde, a produtividade e o valor nutricional das produções.
A agricultura designada por natural centra-se numa atitude oposta à da agricultura industrializada. A ideia é reduzir o controlo e a manipulação do sistema agrícola para um mínimo necessário para ter colheitas, em vez de controlar e manipular todo o sistema. Há quem defenda práticas como a sementeira direta, a não-monda de determinadas culturas, e, tal como todos os tipos de agricultura sustentável, o não-uso de produtos agroquímicos. A agricultura natural inspira muitos agricultores e deu origem a diversas práticas sustentáveis, estando também na origem da permacultura.
A permacultura começou a ser compreendida como “Cultura Permanente” uma vez que começou a agregar uma gama alargada de saberes provenientes de diversas áreas científicas. É fundamentada em 3 éticas e doze princípios globais. Atualmente, a permacultura é considerada uma ciência de âmbito social e ambiental que alia o conhecimento científico com o conhecimento tradicional e popular sendo também definida como “o design sustentável para ambientes humanos”. Este modo produtivo assenta numa estratégia de planeamento da produção (e cada vez mais também de outras atividades humanas), aproveitando as condições e os recursos naturais locais da melhor maneira possível.
Em termos globais, fazem parte da permacultura boas práticas como o uso de adubos orgânicos aproveitando todos os resíduos, as coberturas mortas ou mulching nas culturas, a gestão otimizada e essencial da água em regas, a pouca mobilização dos solos, a adoção da policultura no mesmo espaço ou o uso de consociações favoráveis.
A agricultura de conservação é um modelo de produção que consiste no uso de um conjunto de práticas, que permitem o maneio do solo agrícola com a menor alteração possível da sua composição, estrutura e biodiversidade natural. As técnicas utilizadas na agricultura de conservação apresentam, regra geral, efeitos positivos no solo, contribuindo para o aumento do teor de matéria orgânica. Este modelo agrícola defende práticas como a mínima perturbação mecânica do solo através da colocação direta de sementes e/ou fertilizantes, a cobertura, a cobertura orgânica do solo permanente e a diversificação de espécies/culturas através de sequências e associações envolvendo pelo menos três culturas diferentes.
A agricultura de precisão define-se como um conjunto de técnicas com aplicação nas explorações agrícolas, que permitem aumentar a segurança das decisões agronómicas na exploração agrícola, aumentando a produtividade das parcelas e reduzindo os custos de produção e os impactes ambientais. Este modo produtivo assenta na monitorização de diversas variáveis no campo, análise dos dados no computador e a toma de decisões táticas de acordo com os objetivos de produção. Por exemplo, são já relativamente vulgares estações meteorológicas instaladas nas explorações agrícolas para monitorização da incidência de doenças ou da ocorrência de geadas. Outro tipo de ferramentas como as sondas para monitorização da água no solo e gestão da rega, começam também a tornar-se vulgares. Podem também ser utilizadas na agricultura outras ferramentas como Sistemas de Informação Geográfica (SIG), Sistemas de Posicionamento Global (GPS), Deteção Remota, Tecnologia de taxa variável (VRT), Sensores vários, Modelação e otimização computacional, Telecomunicações, etc.